PEC do Estouro coloca dívida brasileira em uma trajetória insustentável


Nesta sexta-feira (16), o ex-presidente do Banco Central do Brasil, Armínio Fraga, falou à CNN Brasil e disse que os R$ 200 bilhões previsto na PEC do Estouro é um “enorme exagero”.

“O Banco Central está com a política monetária apertada e está preste a ter que trabalhar com uma política fiscal bastante expansionista, o que vai colocar pressão na taxa de juros e na própria inflação. Ai, se soltarem os bancos públicos também, como está sendo discutido, é o dobro do problema”, destaca.

Referente às justificativas que estão sendo apresentadas para a composição dos gastos na PEC do Estouro, Fraga afirma que as contas são precárias em vários aspectos e, no geral, coloca a dívida brasileira em uma trajetória insustentável.

“Estamos falando do endividamento público, ocupando um espaço que deveria estar voltado para investimentos melhores, mais produtivos, e com certeza me arriscaria a dizer mais justos também”, ressalta.

Fraga cita também outros pontos dessa transição que está o assustando. Para ele, a lei das estatais é um primor e importante. “No mesmo tempo em que se diz que nada mais vai se privatizar, se anuncia uma reforma dessas para retirar os dentes da lei, isso não faz menor sentido”, aponta.

 

Confira no vídeo acima a entrevista completa.